Arthur

vai passando pela estrada
quebrada de tempos
por séculos de medo
de cortantes ventos
tocando em sua pele
e mostrando a real realeza

tem os pés fortes
mas as articulações do joelho doem
as mãos de nobre
mas os cotovelos de escravo
tem o peito de um soldado
mas o coração de um diabo

a cabeça de um rei
mas os olhos de um recém nascido
surpreso com tudo
chorando de fome

e se engana em achar verdadeira
a face do mundo que enxerga
na verdade ele não passa de um pobre
um rei de nada, confuso, compondo aleluias

e a cada oração sem intenção
acha que descobre uma nova parte do céu
e de fato o descobre
mas o deixa mais distante de seus pés

engana-se que teme a deus
na verdade ele quer ser adorado
exibe sua coroa de ferro
e seu cetro decorado com bijuterias

vai pela cidade
mostrando-se "O Rei"
mas quando chega na parte de baixo
se esconde do outro lado da ponte
e vai comer lixo que acha em sacos plásticos
Seu banquete Real

(Dezembro de 2009)

Comentários

Muito bom Arthur, temos muitos gostos em comum, e estilos também. Tem uma poesia minha chamada Renegado, deve estar nas postagens de 2008 ou 2009, não me recordo, lembra um pouco a sua obra.
Bem legais suas poesias, apesar da pouca idade, você é um poeta muito maduro, com textos muito agradáveis e de grande conteúdo.
Abraço e obrigado pelas visitas.
Evandro
FOXX disse…
vc escreve bem, amigo, mas vc tb sabe q eu não gosto qndo vc escreve poesia né?
Raline disse…
Excelenteeeeeeeeeeeee...Amei esse...sou suspeita pra falar pq amu tds ne...rsrs
Mas, esse fikou demaissssssss!!!!!!!
Vc é um verdadeiro poeta q se esconde pelos becos acarienses amore...o mundo precisa te conhecer...

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