matéria


estou no chão
sangrando
parado




a atmosfera ao redor é minimalista
tem pouco vento na sala
e o mormaço prega na minha pele
uma gosma pesada de oxigênio e maresia
por fim eu ouço poucas coisas
um apito de vigia passando na rua
um último ônibus indo para a garagem
o fluxo terminando de escorrer pelo furo na veia
a vida agonizando
morrendo afogada em tédio liquefeito

por trás das minhas pálpebras
tem uma coleção de imagens pretas
se apagando
morrendo liquefeitas em tédio puro

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