Documento1 (ou ver você seco de desejo, porque você é mais interessante assim)
Veja ˗
ele disse mostrando as mãos ˗ não há virtude que não seja sua. Eu só não sei o
que você pode fazer com isso. Não, nem disse que você poderia ser tudo, sabe por
quê? Você não pode. Ninguém pode. Nem eu, quem você acha ser tudo, posso. Sabe por
quê? MORTE. Poeta. É isso. Sim, eu sei e sabe por quê? O mundo não precisa mais
de nomes. Espere muito e você verá quanto tempo perdeu. Será só isso. Sua profundidade
advém desse caralho de alma antiga que você tem. E é lindo. Mas, porra, se
livra disso. Se deixa esquecer, perder terminologias. Se deixa branco e vai pro
mundo. Espera as pessoas te pintarem e depois você vê se gosta. Você pode ser
quem os outros querem que você seja, ou você pode, apenas, coletar essas
identidades e quando virar a esquina jogar na lixeira, depois ser branco outro
vez, pra poder ser riscado de novo. Sabe por que eu não te beijo? Porque é isso
que você quer, é isso que você espera. Não estou dizendo que quero que você
desista. Desiste se quiser, a vontade é sua. Mas sabe por que não te dou o que
você quer? Porque você não pode, nunca mais desde que virou contínuo, ter o que
quer. Se depender de mim, vou ver você secar de vontade. Você é mais
interessante assim.
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