Vida de leitor: o ônibus

Semana passada, em uma reunião de amigos (quase todos professores - sim, professores têm vida social e nós não ficamos falando de coisas chatas, como nossos alunos pensam) uma amiga, professora de Português da mesma escola em que leciono, comentou que uma das coisas que ela mais sente falta, desde que começou a dirigir, é não poder ler no trânsito.

Começamos então a falar sobre isso e eu percebi o quanto leio no ônibus (não tenho carro). Diariamente, pego três ônibus para ir trabalhar pela manhã, no início da tarde pego mais três para chegar até a outra escola e no fim do dia mais um, para ir para casa. Contabilizando, eu passo, em média, três horas por dia dentro de ônibus, me locomovendo. Isso acontece porque trabalho em uma escola que fica em uma das cidades da região metropolitana de Natal. Preciso me deslocar muito para dar aula e sempre aproveitei esse tempo que passo no ônibus para ler. Nunca havia percebido que leio tanto justamente porque tenho esse tempo. Esse ano já li 29 livros (nem todos com postagens aqui no blog, depois explico o motivo), todos eles são leituras de ônibus. Já comentei aqui no blog que costumo ler mais de um livro por vez. Geralmente levo um comigo, deixo um no trabalho (para os momentos em que posso ler, quando não estou em aula, corrigindo atividades ou planejando) e outro em casa, para ler antes de dormir.

Minha carga de leitura aumentou muito, também, depois que comprei um e-reader (um leitor de livros digitais). Lá, eu tenho muitos livros, posso carregar mais de um por vez e ler aquilo que me agradar mais, aquilo que combinar mais com meu humor (sim, também elejo a leitura da vez pelo meu humor). Isso é uma facilidade incrível. Prometo depois falar sobre a leitura de livros digitais aqui no blog.

Em breve, pretendo comprar meu carro e confesso que, desde sempre, o que me segurou muito nessa aquisição (além da questão financeira, claro) foi o fato de que, dirigindo, eu não posso ler. Como já falei, ler é uma parte muito importante da minha vida e perder essas, pelo menos, três horas diárias de leitura não é algo que me agrada muito. Apesar disso, o carro ajuda muito no deslocamento, algo que tem pesado muito na minha rotina nesses últimos tempos. Mesmo não gostando da ideia de perder meu tempo de leitura no ônibus, certamente optarei por dirigir. Infelizmente. 

Isso não me assusta muito, pois o que curto na leitura é a experiência. O número de livros que eu leio não me incomoda muito. Pode ser um, pode ser 150. O que eu prezo é o processo de leitura, como aquilo me agradou.

E, mesmo dirigindo, posso fazer uma outra atividade que me agrada muito: ouvir música. De todas as formas, esse tempo será utilizado. 

(Prometo usar menos parênteses nos próximos textos, rs).

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